sábado, 26 de abril de 2014

O Que a Igreja Não Me Ensinou Sobre Namoro

                    Certa vez, numa aula de redação, minha professora levantou a questão "Quem aqui se casaria com alguém de uma cultura muito diferente?".Foi perguntando um a um, e quando chegou a minha vez respondi que se eu amasse, eu casaria. No entanto, minha amiga de trás, respondeu que nunca se casaria. Eu bruscamente virei para trás e perguntei o porquê. Ela gentilmente me respondeu que aprendera que casar-se com pessoa muito diferente era julgo desigual. Eu não disse nada, mas não engoli aquela resposta. Achei muito preconceituosa. Contudo, o tempo passou e essa história ficou guardada lá no meu subconsciente.

                    Os anos foram se passando, e nós, que eramos pré-adolescentes,  viramos mocinhos e mocinhas e o assunto "namoro" começara a surgir em nosso meio. Com isso, para nos ajudar, começaram aquelas longas palestras sobre namoro cristão que eram dadas no culto de jovens. Após tantas palestras, eu particularmente fiquei com trauma. Não queria ver mais nenhuma palestra do tipo na minha frente. Contudo, depois de tanto bater na tecla, engolimos o conceito ideal do namoro cristão: achar alguém que é de Deus, que ore e leia a Bíblia. 

                    Com a popularização da internet, logo apareceram os sites e blogs sobre conselhos de namoro cristão. As dicas eram as mesmas que eu ouvira por tantos anos: "Pessoa de Deus", "Oração" e "Bíblia". No entanto, comecei a perceber que tinha alguma coisa errada com essa fórmula. Tantos casais que se encaixavam certinho nos requisitos, não davam certo e saiam machucados. Eu tinha minhas indagações e cheguei a conclusão que estava faltando alguma coisa nessa fórmula. 

                     As palestras e blogs tinham boas intenções. Contudo a maioria levavam em conta mais a parte espiritual do que a parte de relacionamento. Esse tipo de ensinamento nos afastava da realidade e por isso muitos corações não aguentavam quando percebiam que não acertaram no primeiro namoro. A pessoa acreditara piamente que o "enviado de Deus" viria na primeira tentativa. Mal sabiam que poucas pessoas acertam na primeira tentativa. Não tem problema nenhum nisso. Na minha opinião, para quem quer levar a sério um relacionamento, os primeiros namoricos ajudam a amadurecer. Pois existem lições que só aprendemos quebrando a cara. Calma, entendeu? Dentro dos limites é saudável se relacionar. 

                    Analisando os casais, cristãos ou não, à nossa volta, existe um padrão. Já parou pra pensar que existem casais, não cristãos, que se dão super bem e nunca usaram essa "formula de namoro cristão"? Pois é, o que essas palestras não ensinaram é que orar e ler a Bíblia é só uma pontinha do icebergue. O que você deve procurar mesmo é uma pessoa que possui as mesmas convicções e sonhos que você. 

                    Para achar alguém que vai te completar, você primeiro tem que saber quais são suas próprias convicções. O que você quer pra vida, o que não quer. O que você gosta, o que não gosta. Nas suas crenças e nas suas não crenças. Seus sonhos e pesadelos. 

                    Já ouviu falar aquele ditado: "Quando casa com a pessoa, casa com a família"? Eu ainda acrescento! Você vai casar com os amigos também. E com eles vêm os costumes e convicções deles. Seu circulo familiar e de amizade vai se fundir ao circulo da pessoa que você namora. É isso mesmo que você quer pra sua vida?

                    Como faço pra saber tudo isso? A melhor maneira de conhecer alguém é dialogando. Relacionamento sem diálogo não é um bom relacionamento. Analise bem antes de começar algo sério. Veja como a pessoa trata os outros. Preste atenção em como ela trata os próprios pais, pois é assim que ela vai te tratar no futuro. Não se iluda que depois do casamento muda porque não muda.

                    E se a pessoa não quiser dialogar e querer partir logo para uma coisa séria? Eu acredito que um grande amor sempre nasce de uma grande amizade. O que vai sustentar seu casamento no futuro vai ser a grande amizade entre vocês e a grande amizade de vocês com Deus. Se a pessoa não quer dialogo, na verdade não está interessado em você. 

                    Eu acredito que devemos cultivar boas amizades e também cultivar uma boa vida com Deus. Esse é o segredo. Mas ai você me pergunta: "você é contra esses blogs que dão uma fantasiada?" Não, não sou contra. No entanto, na hora que vier a fatura do cartão pra pagar ou precisar trocar o chuveiro, não adianta ler a Bíblia e orar, tem que correr atrás, respectivamente, de dinheiro e de um eletricista. Entende? Nessas horas que vai entrar o tipo de pessoa que você escolheu pra sua vida.

                    Portanto, para fechar minha linha de pensamento da introdução, para mim "julgo desigual" é mais do que se casar com alguém do mundo. Muitas vezes pode até ser com alguém da sua própria igreja. Ou até mesmo, um tradicional casar com um pentecostal. Já pensou que pode acontecer de vocês brigarem a vida inteira por causa de convicções? E se ele gosta de futebol e você odeia? E se você sonha em morar em Paris, mas a pessoa quer viver e morrer na mesma cidade? Essas indagações vale pra tudo: Sonhos, Hobbies, Opiniões, Costumes, Afinidades.....


Para mais reflexões deixo dois posts legais do Reforma 21 sobre o mesmo assunto:
  • 10 homens com quem uma mulher cristã não deve casar-se http://migre.me/iVNbh
  • 8 mulheres com quem um homem cristão não deve casar-se http://migre.me/iVNd8

Deus abençoe
Kendi Wakizaka  

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